quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Independentemente dos Partidos


“Se os partidos não entenderem o que se passou aqui hoje, não percebem nada do que nós queremos.” Foi com esta frase que Rui Moreira celebrou a vitória na corrida à Câmara do Porto.

Os movimentos de cidadãos independentes dos partidos marcaram indelevelmente estas eleições autárquicas e alcança-se finalmente o cumprimento da lei que desde 2001 veio permitir aos movimentos de cidadãos candidatarem-se aos órgãos das autarquias locais.

Aquilo que se passou no domingo foi o reflexo de uma vontade que não pode ser escamoteada. Os cidadãos estão fartos da forma de fazer política a que os partidos nos têm habituado. O crescimento da taxa de abstenção tem também que ver com isto.

Os Portugueses estão fartos das politiquices partidárias baratas, dos joguetes de interesses e do domínio dos aparelhos. Estão fartos da forma como os partidos andam a gerir este País, estão fartos que o maior objetivo prosseguido pelos partidos seja o poder pelo poder como forma de dar lugares aos membros dos partidos ou amigos nas entidades públicas, nas empresas públicas, em empresas privadas onde os interesses em jogo levam à colocação de amigos dos partidos.

Os Portugueses estão fartos que a política seja lodo!

Falta ideal. Faltam convicções. Falta pôr as pessoas no centro das prioridades políticas. E enquanto isto não acontecer o nosso sistema político vai continuar a apodrecer.

Preocupa-me muito que os partidos estejam a pensar rever a lei eleitoral dos órgãos autárquicos. Os partidos em Portugal têm uma tendência natural para se auto-proteger e isso vai conduzir à imposição de restrições aos movimentos independentes.

Oxalá que não!

Marco Almeida, o candidato que por uma unha negra não venceu em Sintra disse [em data que não consegui apurar] "Julgo que houve uma boa intenção do legislador de abrir o processo eleitoral aos grupos de cidadãos, só que na prática os constrangimentos que são levantados pela legislação são imensos. A lei eleitoral limita bastante a sua participação".

Basta olhar para a quantidade de nomes que é preciso meter nas listas ou para as burocracias para a proposição de uma lista para se perceber dificuldades práticas que os grupos de cidadãos (e aliás também para os partidos) enfrentam na hora de se apresentarem a eleições se apresentarem as eleições.

É preciso entender o que se passou no domingo e aceitar a vontade dos Portugueses. Se não não se percebe nada!

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