quinta-feira, 15 de agosto de 2013

O que faz falta?

O Pais Jorge foi claramente uma má escolha. Ainda por cima, uma escolha pessoal da ministra das Finanças já de si fragilizada. Queria deter-me, apenas, num aspeto que creio deverá ser refletido.

Em traços largos o que aconteceu foi o seguinte. Um diretor responsável pela gestão de clientes de uma instituição financeira terá participado em 2005 numas reuniões com assessores do Governo Português. Nessas reuniões foram apresentados alguns produtos financeiros, de entre os quais os contratos swap. Curiosamente, tais, contratos propostos nunca chegaram a ser fechados entre a tal instituição financeira e o Estado Português (foram outros não estes).

Se a história é só esta – e em política esta é provavelmente apenas uma parte da história – um secretário de Estado foi forçado a demitir-se por, no exercício da sua profissão, ter proposto produtos financeiros ao Estado Português. 

Vamos lá ver! O papel de um banco privado, como o de qualquer outra empresa privada, é – Voilá! – o de fazer negócio. E o negócio faz-se assinando contratos. E para se fazer negócio é preciso fazer apresentações a potenciais clientes. Mais a mais, se em Portugal, quem mais contrata é o Estado Português, é quase inevitável que em algum momento (por mais privado que se seja) se negoceie com o Estado Português.

Descolando definitavemente do caso acima referido, cada vez mais se escancara a porta à glorificação daqueles que preteriram a atividade profissional e optaram única e exclusivamente pela carreira política.

E faz tanta falta a visão do mundo aos nossos políticos!

1 comentário:

  1. Que o gajo foi mal escolhido parece obvio. Aparte disso e de ser tambem evidente que o produto que procurava vender era no mínimo pouco ético, o fundamental da questão é que o produto que se pretendia vender era o tipo de produtos que os governos procuravam nessa altura.
    Financiamento que passava ao lado da contabilidade era coisa para fazer esbugalhar os olhos a qq min das finanças da altura.
    Felizmente (esperemos!) esse modus operandis tb é coisa do passado.

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